Você já ouviu falar em cinomose? Nunca ouviu ou já ouviu mas não tem muita certeza do que seja isso? Isso pega em gente também? Seu cachorro pode estar em risco, e que risco.
O que é cinomose em cães?
A cinomose é uma doença causada pelo Vírus da Cinomose Canina (VCC), do tipo RNA pertencente à família Paramyxovirirdae, do gênero ou subfamília Morbilivirus.
Esse vírus também é conhecido como vírus CDV (do inglês Canine Distemper Virus) e se as condições climáticas forem ideais para ele – ou seja se o clima estiver seco e frio – ele pode sobreviver no meio ambiente por bastante tempo. Caso o clima seja ou esteja quente e úmido, ele pode viver até um mês no ambiente.
Altamente contagioso, tal vírus é bem agressivo e oportunista. Ele afeta, principalmente, cães que estejam com o sistema imunológico debilitado ou mais fraco, como é no caso dos cães filhotes – principalmente os que têm de 3 a 6 meses de idade, período em que há a perda dos anticorpos maternos do organismo do filhote – e cães idosos.
Esta doença afeta os sistemas respiratório, gastrointestinal e, na sua fase mais severa, o sistema nervoso. E a sua transmissão se dá pelo contato direto com animais infectados – através das secreções do nariz, da saliva e das fezes – ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado ou, ainda, pelo contato com os fômites, objetos que estiveram em contato com algum portador do vírus.
Então é preciso tomar cuidado. Se você entrou em contato com algum cão doente, os vírus podem estar nas suas roupas e das suas roupas estão prontos para atingir qualquer cachorro que você encontre pelo caminho.
Quais os sintomas da cinomose canina?
Doença de evolução rápida, é a partir de mais ou menos uma semana após a contaminação ter se dado que os primeiros sintomas começam a aparecer. Os sintomas se iniciam pelo sistema respiratório e pelos olhos, evoluem e atingem o sistema gastrointestinal e, finalmente, acometem o sistema nervoso, que é a pior parte.
Descrita como uma infecção viral aguda, os sintomas de cinomose em cachorro são: febre bifásica, secreções nasal e ocular, falta de apetite, desidratação, diarreia, vômito, dificuldade de respirar, hipercarotose (espessamento da pele) do focinho e dos coxins plantares (as famosas almofadinhas das patas), anorexia e leucopenia (quando a taxa sanguínea de leucócitos está abaixo da média).
E na fase mais grave da doença, aparece a sintomatologia neurológica como a deterioração das habilidades mentais e das habilidades motoras, a depressão, a mioclonia (contrações musculares involuntárias), a ataxia (perda da coordenação dos músculos), a hiperestesia (excesso de sensibilidade de um determinado sentido ou órgão), a paralisia parcial ou completa e convulsões.
Feio, né? Pois, é. E, infelizmente, como a cinomose apresenta uma variedade tão grande de sintomas, há mesmo uma dificuldade no momento da identificação da doença e muitas vezes se faz o tratamento errado. Assim como também os donos podem ignorar os sintomas iniciais e deixar para visitar o veterinário só quando a saúde do animal já está muito debilitada e com poucas chances de se recuperar.
Mas cinomose têm cura?
A cura para cinomose vai depender do nível de agressividade da doença, ou seja, depende de quais regiões do corpo do cachorro com cinomose foram mais afetadas por ela. Também vai depender do estado do sistema imunológico do animal e em que fase foi identificada a doença.
Se o cão estiver com a saúde muito debilitada e a doença aparecer de maneira muito agressiva – e ela geralmente é agressiva e se dá de forma bastante rápida – as chances de cura são poucas. Como os sintomas são inúmeros e há a demora na identificação da doença, quando se a descobre, ela já está em um nível avançado e não há muito mais o que fazer.
Mesmo que os cães consigam resistir à doença, por esta afetar o sistema nervoso, muitas vezes as sequelas da cinomose são severas e irreparáveis, o que muitas vezes, lamentavelmente, acaba fazendo com que os donos tenham que recorrer à eutanásia, uma decisão realmente difícil.
Já se o animal estiver bem de saúde, ele pode apenas portar o vírus e eliminá-lo sem ser acometido pelos sintomas mais graves da doença. Ou então se a doença for descoberta em seus estágios iniciais é possível que o cachorro sobreviva, se for bem cuidado, mesmo que ainda não haja um tratamento para cinomose canina.
Neste caso recomenda-se manter o cachorro em um ambiente limpo, em temperatura agradável e com alimentação equilibrada. Alguns medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas como antiinflamatórios e antibióticos também podem ser receitados pelo veterinário.
É bom lembrar também que algumas raças caninas como o Malamute, o Samoieda, o Greyhound e o Weimaraner são mais propensas a serem acometidas por esta doença.
Vacina contra a cinomose.
Ela existe e é a única prevenção contra esta doença. Agora que você sabe do que o vírus CDV é capaz de fazer com um cachorro e que não há um tratamento específico para a doença, não deixe de vacinar o seu pet! Recomenda-se que a primeira aplicação da vacina seja feita a partir dos primeiros 45 a 60 dias de vida do animal.
Passados 30 dias depois da primeira aplicação, deve-se aplicar a segunda dose. E depois de mais 30 dias depois da segunda aplicação, o animal deve receber a terceira e última dose. E, após isso, deve-se vacinar o cachorro contra a cinomose uma vez por ano.
Seu cachorro não está com a vacinação em dia? Trate logo de levá-lo à clínica veterinária mais próxima de você. Afinal, melhor prevenir do que remediar, não é mesmo? Ainda mais quando há poucas chances de cura.
E cinomose pega em humanos?
A cinomose não é considerada uma zoonose, por isso, a resposta é não, a doença não atinge os seres humanos. Pode ficar tranquilo. O problema mesmo só fica entre os cachorros, pobrezinhos. Todo o cuidado é pouco! Vacine o seu cão e mostre este artigo para todo mundo que você conhece e que tem um pet também. E não esqueça, não trate o seu cão antes de consultar o seu veterinário.
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