Você tem que sacrificar seu animal com leishmaniose? Não pessoal, se o seu animal foi diagnosticado com a leishmaniose, não entre em pânico, pois ele não precisa ser sacrificado e é disso que vamos abordar nesse artigo! Qualquer dúvida ou comentário pode escrever abaixo do artigo que vamos responder todas!

Portaria Interministerial n°1426

Existe uma portaria interministerial n°1426 publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 14/07/2008 que proíbe o uso de produtos de uso humano (para tratamento da leishmaniose humana) ou não registrados pelo MAPA para o tratamento da leishmaniose canina.

Exemplo desses medicamentos: Medicamento humano para tratamento da leishmaniose humana: glucantime de uso humano (antimoniato de N-metilglucamina) e o : Glucantime da Merial de uso veterinário, não aprovado pelo MAPA.

Vamos começar o passo a passo para responder: Você tem que sacrificar seu animal com leishmaniose?

1° Passo:

Descobrir qual estágio o animal está:

Existem 4 estágios de acordo com a LeishVet.

1° Estágio:
Sorologia: baixa quantidade de anticorpos (soldados contra a leishmania) ou até mesmo sorologia negativa.
Sinais clínicos: aumento de linfonodos e dermatite.
Exames laboratoriais: sem alteração. Função renal normal, com creatinina abaixo de 1,4mg/dl.

2° Estágio:
Sorologia: baixa quantidade de anticorpos (soldados contra a leishmania).
Sinais clínicos: sinais do 1° estágio mais lesões cutâneas por todo o corpo, crescimento das unhas, perda de peso, febre, epistaxe (sangramento nasal).
Exames laboratoriais: Anemia não regenerativa, hipoalbuminemia. Função renal normal, com creatinina abaixo de 1,4mg/dl.

3° Estágio:    
Sorologia: média a alta quantidade de anticorpos (soldados contra a leishmania).
Sinais clínicos: sinais dos 1° e 2° estágios e ocorrência de lesões devido a formação imuno-complexos: artrites, uveítes, glomerulonefrite.
Exames laboratoriais: resultados do 2° estágio. Função renal anormal (início da insuficiência renal crônica de acordo com a IRIS), com creatinina entre 1,40 – 2,00mg/dl.

4° Estágio:   
Sorologia: média a alta quantidade de anticorpos (soldados contra a leishmania).
Sinais clínicos: sinais do 3° estágio e ocorrência de tromboembolismo pulmonar, insuficiência renal grave.
Exames laboratoriais: Resultados do 2° e 3° estágio. Função renal anormal, com creatinina entre 2,0 – 5,00mg/dl (insuficiência renal crônica estágio III) e com creatinina maior que 5mg/dl (insuficiência renal crônica estágio IV).

2° Passo:

Tratamento:
Elaborar o tratamento de acordo com cada estágio da doença. Existem hoje no Brasil vários tratamentos contra a leishmaniose canina, porém dois são mais usados e cientificamente comprovados sua eficácia.

Nenhum estágio da doença você tem que sacrificar seu animal com leishmaniose!

Cada médico veterinário possui sua conduta sobre a leishmaniose canina, assim veja esse artigo como sendo mais opções ao tratamento e não uma obrigatoriedade de realização:

Imunoterapia: esse tipo de tratamento é mais indicado para animais do estágio 1 ou 2, pois os outros estágios o animal já possui formação de imuno-complexos e principio de insuficiência renal.
São sessões de aplicações subcutâneas de um principio ativo muito importante que é a sapomina, essa sapomina é encontrada em várias vacinas, inclusive na vacina contra a leishmaniose. Normalmente se faz 3 sessões iniciais e tem-se o retorno após 6 meses para avaliação.

Milteforan: esse é o medicamento foi aprovado pelo MAPA e é uma excelente opção para os estágios 1, 2, 3.
É um medicamento que é dado via oral diariamente por no mínimo 28 dias.

Milteforan e leishmaniose canina
Milteforan para o tratamento da leishmaniose canina

Alopurinol: é um medicamento humano, porem ele é usado para tratamento de “gota” nos humanos e não leishmaniose, assim podendo ser usado para tratamento da leishmaniose canina.
Ele é um leishmanio-estático ou seja ele não elimina a leishmania e sim deixá-la estática, limitando sua proliferação. É dado via oral, duas vezes por dia durante no mínimo 1 ano.

Domperidona: é um medicamento humano, porém ele é usado para tratamento de “refluxo gástrico” nos humanos e não na leishmaniose, assim podendo ser usado para tratamento da leishmaniose canina.
Ele é um leishmanicida ou seja ele elimina a leishmania do organismo. É dado via oral, duas vezes ao dia, durante 30 dias consecutivos.

Obs. esses protocolos não são regras para o tratamento, cada caso é um caso e pode ter exceção.

Agora você sabe que não precisa sacrificar seu animal com leishmaniose!

Um grande abraço e se houver alguma dúvida, sugestão, deixe o comentário aqui em baixo!

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